terça-feira, 13 de março de 2007

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Há muito não escrevo nada nesse blog. Posso dizer que o problema é de tempo, ou de falta dele, o que é parcialmente correto. Nunca estive tão ocupado em toda minha vida, embora isso não queira dizer muitas coisas em termos absolutos. Enfim, o que existe é uma questão de prioridades, e o blog não faz parte delas.

Para um iniciante como eu o processo de escrever é torturante: longo e improdutivo. Aqueles que têm dó de mim podem argumentar que é uma questão de treino. Não digo que não, mas fica sempre a possibilidade de que o problema resida na falta de minha talento. Se o for, o custo de escrever continuará sempre alto, e o melhor a fazer é acabar com essa joça.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Reinaldo de Azevedo, sobre maioridade penal

do Blog do Reinaldo Azevedo

"Em ditaduras fascistas como Canadá, Espanha e Holanda, a responsabilidade criminal começa aos 12 anos...

Pedir a redução da maioridade penal, como sabem, é coisa da direita reacionária, dos conservadores, dos fascistas, dos inimigos do povo. Reparem na idade mínima da responsabilidade penal em alguns países (abaixo). Nas ditaduras fascistas na Nova Zelândia, Grã-Bretanha e Irlanda, a idade mínima é 10 anos. Os bárbaros australianos e irlandeses fizeram por menos: 7. Já as ditaduras da Suécia, da Finlândia e da Noruega escolheram 15. Os regimes discricionários de pocilgas como Canadá, Espanha ou Holanda optaram por 12. A Alemanha e o Japão, notórios por submeter seus jovens a um regime de contínua violência e degradação, preferiram 14. Junto com o Brasil, 18 anos, estão Colômbia, Equador, Guiné e Venezuela, exemplos de bem-estar social todos eles. A ditadura cubana, tão admirada pelo PT, vai de 16. O regime sandinista da Nicarágua estabeleceu 13.
No Canadá, a depender do crime, a responsabilidade criminal pode ser atribuída desde os 10 anos. Sim, uma comissão se encarrega de avaliar os casos extremos e decide qual é a melhor punição. O que não há, em qualquer caso, é impunidade. Para ver uma lista maior de países, clique aqui."

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Brilhante

Exploração

Teoria econômica é muito interessante, leitor, acredite em mim. Se você não tem familiariedade, aqui vai um link bacana, Economics for the Citizen, do professor Walter Willians.
Irei parafraseá-lo abaixo, para pensarmos a respeito de algo que sempre ouvimos por aí:

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Sempre que houver uma troca voluntária, a única coisa que podemos concluir é que as duas partes consideram que estão em situação igual ou melhor após a troca; do contrário, não a teriam feito. Ambas eram livres para não realizá-la. Certo? Então por quê ouvimos comentários sobre exploração do trabalhador?

Se você me oferece um salário de R$ 200, sou livre para aceitá-lo ou não. Então o que você conclui se eu o aceito? Que estou melhor com o trabalho do que sem ele, ou então que esse trabalho foi minha melhor alternativa. Como alguém poderia dizer que estou sendo explorado? Seria melhor se essa pessoa dissesse que desejaria que eu tivesse melhores alternativas.

Quando as pessoas se referem a alguma "exploração", o que acontece é que elas estão discordando de um preço. Ora, se é assim, eu acho que o Ronaldinho Gaúcho explora o Barcelona.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Aborto for dumbies

Os portugueses tiverem ontem a oportunidade de manifestar suas preferências sobre a questão do aborto, em um referendo. A maioria (59%) dos votos válidos foi favorável a descriminalização do aborto com até 10 semanas de gestação, mas como menos da metade dos eleitores participaram, o resultado não será automaticamente ratitificado pelo Parlamento.

Para mim, a questão moral do aborto depende do nosso posicionamento se os fetos são seres humanos como nós. Se for o caso, segue-se seu direito a vida. Se não, a liberdade da mulher deve prevalecer.

Esse esquemão simplificado me serve de base na hora de julgar o discurso dos interessados. Uma portuguesa disse:

“Votei sim porque as mulheres não devem ser criminalizadas por praticarem o aborto. Quem vota não também deveria considerar um crime a utilização de preservativos ou a contracepção”.

Tenho simpatia pela liberação do aborto, mas esse argumento foi péssimo. Não gerar uma nova vida é definitivamente diferente de destruir outra. Dizer "Votei sim porque sim" faria mais sentido.

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Atualmente, na terrinha, o aborto só é legalmente possível em casos de: má formação do feto, estupro e risco de morte para a mãe. Empolgado com meu esquemão infalível, tentarei entender o porquê disso.

(i) má formação fetal: Não estou certo o que isso significa, mas não importa, vou dar pitaco assim mesmo. Se um feto mal-formado está para um feto normal assim como uma criança má-formada está para uma criança normal, o aborto não faz sentido, já que em todos os casos se trata vidas humanas. Ah!, um feto mal-formado é aquele que vai morrer no parto? Não importa, morreremos todos um dia e nem por isso alguém pode nos tirar a vida.

(ii) estupro: Poderia um feto gerado numa situação dessas não ter seu direito a vida enquanto um outro, fruto de planejamento familiar, tê-lo garantido? Deve ser que estupradores são bestas e não homens, e tal pai, tal filho. Ainda não havia pensado nisso...

(iii) risco de morte para a mãe: há aqui um conflito entre o direto à vida da mãe e o direto a vida do feto, e não está lá muito claro o porque o da mãe ser considerada mais importante. É possível que o critério de desempate seja a lei da sobrevivência do mais forte.

A conclusão é que os portugueses são estremamente burros; de acordo comigo mesmo, não haveria razão para o aborto ser proibido de maneira geral mas legalizado nesses casos. E meu esquemão é, como dito, infalível.

Tá bom, tá bom... mas pelo menos ele me serve para rir da moça lá em cima... E ele me permitiu confirmar que os portugueses são burros.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Guerra

Estava de férias em Cabo Frio essa semana. Ontem, na última noite da viagem, tomei um pileque. O objetivo, evidentemente, era entrar no estado de espírito necessário para responder àquela pergunta:

“mas acha que devemos interferir num governo de um povo só porque eles estao fazendo uma ditadura?”

Primeiramente: eu não repudio a guerra de maneira incondicional como fazem muitos hippies e simpatizantes por aí. Se um país X adota uma política que interfere negativamente em outro país Y, não vejo motivos por que declarar guerra não possa ser uma estratégia a ser considerada. Não há um órgão supranacional com autoridade suficiente para julgar conflitos e fazer valer sua decisão. A ONU não passa nem perto disso.

Nesse tipo de jogo (relações internacionais), é muito importante o uso de ameaças. A idéia é convencer que a outra parte que ao te prejudicar, ela também sairá perdendo. E claro, ameaças devem ser cumpridas de modo a manter uma reputação. Isso não é questão de honra. Se um país tem fama retaliar ataques, por exemplo, menor a probabilidade de que venha sofre ataques. Mas aqui estou desconsiderando que a retaliação alimente um sentimento de ódio, o que é possível. Só creio que o primeiro aspecto é mais relevante.

Quanto ao caso concreto da ditadura, tendo a concordar com os hipongas que não é a melhor saída. Como acho que os efeitos externos não são consideráveis, melhor deixar que os caras se danem. Pode parecer feio, mas talvez seja epenas uma espécie de servidão voluntária. Quem sabe? Eu não, então não meto o bedelho.

Não sei se consegui ser claro. Não sei se consigo ser claro. Mas filosofia de buteco não tem compromisso nenhum com a clareza.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Grande questão da Filosofia

Eu não tenho o hábito de ir a bares, então fico na desvantagem em relação ao restante dos meus pares no que diz respeito à filosofia de buteco. Aí criei esse blog, é como se fosse uma válvula de escape; posso descarregar toda minha idiotice e ninguém reclamará, mesmo porque ninguém irá ler.

Mas um interlocutor faz falta. Esse sábado, eu tive sorte de encontrar alguém. O MSN é minha mesa de buteco. Um amigo me pergunta:

“mas acha que devemos interferir num governo de um povo só porque eles estao fazendo uma ditadura?”

A pergunta é muito interessante. Já havia pensado um pouco a respeito, mas só um pouco, A preguiça intelectual sempre fala mais alto. Nas horas que te der uma angústia intelectual, uma vontade de pensar, faça como eu: fique quietinho esperando a vontade passar. Nem demora!

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passou!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Ditadura da Democracia Verdadeira (?)

O presidente venezuelano possui agora poder para emitir decretos sobre economia, questões sociais, finanças, tributação, segurança e defesa, aparelho de Estado, entre outros. Difícil mesmo é achar sobre o que ele não pode legislar. Ou mesmo, o que os parlamentares venezuelanos vão fazer agora para justificar seus salários. Possivelmente eles também não estão acostumados a fazê-lo...

Mas não se preocupem, não se trata de uma ditadura. Jorge Rodríguez, vice presidente de Chávez, discorda: "Claro que queremos instaurar uma ditadura, a ditadura da democracia verdadeira, e a democracia é a ditadura de todos".

Da vontade de chorar, não? Não, não dá, o que eu faço é rir. Se ainda nçao foi suficiente, então leia esse trecho da coluna do José Simão dessa sexta feira:

"Venezuela urgente! O Chávez, o Chaves com "z", está com superpoderes. Super poderes? Então virou Chapolin Colorado! "Não contavam com minha astúcia". Eu acho que ele quer mesmo é a escritura da Venezuela. O Chávez passou a chave na Venezuela
Rarará!
Vai governar por decreto! Decreto número um: está cancelada a ponte aérea Caracas-Miami! Rarará! A oposição mora toda em Miami! Oposição Shopping Center! O Slogan de Chávez é: "ME AME OU MIAMI"!"